quarta-feira, 15 de abril de 2015

Opinião: "Veio depois a noite infame" - Margarida Palma

Veio Depois a Noite InfameVeio Depois a Noite Infame by Margarida Palma
My rating: 2 of 5 stars

Um romance histórico é sempre um livro que causa alguns receios de leitura... muita gente tem a ideia de que são livros cansativos, e isso é um facto se o autor não tiver algum cuidado.

Este livro de Margarida Palma, infelizmente, foi um pouco um desses casos. Apesar da componente histórica ser interessante, para quem gosta do género como eu, é também um pouco arrastado. O que é pena.

Este livro é passado no ano de 1921, um ano de muitas mudanças políticas em Portugal. O assassinato de Sidónio Pais e o massacre na noite de 19 de Outubro levado a cabo por arruaceiros, que impelidos por uma obscura justiça abateram sem piedade alguns homens justos da Republica.
A figura da Camionete Fantasma que andava de casa em casa, falsamente utilizando o nome da Junta Republicana, para levar perpetuar crimes contra Cunha Leal, António Granjo, Carlos da Maia (ministro de Sidónio Pais) e outros.
Nas palavras de Raul Brandão:  (Vale de Josafat, págs. 106-107), «Depois veio a noite infame. Veio depois a noite e eu tenho a impressão nítida de que a mesma figura de ódio, o mesmo fantasma para o qual todos concorremos, passou nas ruas e apagou todos os candeeiros. Os seres medíocres desapareceram na treva, os bonifrates desapareceram, só ficaram bonecos monstruosos, com aspectos imprevistos de loucura e sonho...».

Sem dúvida uma fase importante da história do país, mas que no entanto se torna um pouco aborrecida pela maneira como é contada.
Existe a componente romance, que neste livro não é muito acentuada.


Sinopse
Lisboa, 1921. Vivem-se ainda as sequelas da Grande Guerra e os temores causados pela Revolução Russa, mas sente-se sobretudo o descrédito dos políticos, responsáveis por uma crise sem fim à vista que mergulha o País na miséria e acende, por todo o lado, focos de violência. O assunto é tema de conversa em casa do advogado viúvo Eugénio Furtado - o «palacete» onde reside com as irmãs e a sua bela e encantadora filha Madalena -, mas também no prédio ao lado, do qual são inquilinos um casal de aristocratas russos refugiados, um velho fidalgo monárquico, uma prima de Eugénio e a famosíssima Elisa, actriz de grande talento mas reputação duvidosa, que organiza continuamente festas e jantares. É num desses serões que Madalena conhece um médico por quem se apaixona; mas, se o namoro poderia, à partida, ter quase tudo para dar certo, uma série de mal- -entendidos e intrigas vem minar a relação dos dois, tal como o cortejo de conflitos e dramas sociais mina a credibilidade do regime, culminando na Noite Sangrenta - talvez o mais trágico e vergonhoso episódio da nossa história colectiva - durante a qual desaparece misteriosamente um dos protagonistas do romance. Com um riquíssimo leque de personagens - republicanos convictos e saudosos do rei, devotos de Fátima e ateus, aristocratas, burgueses e populares -, Margarida Palma parte do microcosmos de um bairro lisboeta para nos dar conta de como se vivia e amava em Portugal no mais violento período da I República. 





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